Conheci a Fierce durante uma viagem a trabalho para Belém em 2021. Desde então fui acompanhando de perto o seu trabalho pelo Instagram, sempre muito curioso pela sua investigação e pesquisa em torno de um imaginário visual da Amazônia. A forma como ela visualiza a terra que nasceu e as pessoas que lhe cercam, particularmente os seus interesses estéticos e a forma como ela os desdobra e os retroalimenta, uma atuação criativa local muito interessante e autêntica.
Me encanta também o seu conhecimento profundo de construção de imagem. É especial a forma como Fierce conecta formas, texturas e cores, encontrando no seu entorno uma beleza vernacular que fala tanto da sua terra como de algumas questões essenciais do mundo, de uma intrínseca relação corpo x natureza. Há uma abordagem documental e ao mesmo tempo uma intenção poética nas imagens que Fierce constrói (nisso aí inclusive vejo um cruzamento muito forte com o meu trabalho), e isso me fez pensar que em conjunto com a Fenda algo muito forte poderia surgir.